sábado, 28 de setembro de 2013

Relatos de um menino sonhador

Avenida Boa Viagem. O Recife parecia nevar, mas eu via o sol. Nevar? Recife? Quanta incoerência, meu Deus. Não sei como não reparei que era tudo uma mentira. Eu adoro ter sonhos lúcidos. É tão bom. Uma vez eu voei até. Mas ok, dessa vez não foi. Andei por uma daquelas ruas e transversais e saí na Navegantes. Eu estava distante da Antônio Falcão mas eu entrei num metrô. Ta bom, chega desse blá blá blá que em Recife tão nem metrô, tem trem. Deixa eu te contar um segredo: A gente sabe! A gente chama de metrô mesmo. Então, eu peguei um metrô-trem-avião-sei-la-o-que. Eu encontrei algumas pessoas lá dentro que não lembro muito bem quem são mas fiz amigos. Que engraçado.

Um turbilhão de coisas se passaram. Um mar verde mas extremamente seco. Não era água, nem era nada líquido, porventura. Era só um túnel. Mas o túnel tinha um cheiro diferente. Pó de pirlimpimpim? Eu simplesmente caí. Mas sem dano nenhum. Eu agora estava num lugar imensamente mais frio do que Recife. Era uma estação que parecia Tancredo Neves, só que maior, bem maior. Eu acho que não estava mais na América. Não, era tudo muito clássico. Eu tinha viajado no tempo? Eu devia ter suspeitado que aquilo era um sonho, mas eu deixei minha inconsciência me levar para algum lugar.

Era uma casa singela, simples e confortável. Ela tava la, me esperando no balcão. Olhando com aqueles olhos verdes igual ao turbilhão que eu tive outrora. Eu comecei a chorar, eu estava chorando muito. Eu estava lá, e acima de tudo, eu estava lá com ela.