sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Isso de tu

Um café
Dois
Agora são dois
Moca e Baunilha

Um livro qualquer
O idioma não importa
Um filme qualquer
Quem se importa com o diretor?

Alguns passos meio que afastados
O medo do conhecido
Sim
Porque o desconhecido a gente domina

Uns tapas, umas mordidas e uns beijos
Um filme
Um livro
Um café

Ah como eu amo isso
amo mesmo
amo tu
amo isso de ter tu


sábado, 12 de outubro de 2013

503

     44 minutos e 1 litro de lágrimas. Um copo de gelo que sou, derreti. Derreti até virar um copo d'água. Um copo de lágrimas. A vida, como diz meu amigo, é extremamente transitória. Todo mundo nasce exclusivamente para morrer. Você pode fazer o céu ficar verde! Mas vai morrer.
     Se ama, vai ver quem você ama morrer. E vai sofrer, meu caro, eu garanto que vai. Amar vem com bônus "Me ame, mas sofra quando eu me for." A mais pura verdade. Porém, pode haver uma carta na manga: Você pode morrer primeiro! Mas que pena, você vai fazer todos sofrerem. Mas é só uma possibilidade remota, você não vai morrer antes de todo mundo.
     Agora um pequeno comentário sobre isso tudo: que bosta! 

sábado, 28 de setembro de 2013

Relatos de um menino sonhador

Avenida Boa Viagem. O Recife parecia nevar, mas eu via o sol. Nevar? Recife? Quanta incoerência, meu Deus. Não sei como não reparei que era tudo uma mentira. Eu adoro ter sonhos lúcidos. É tão bom. Uma vez eu voei até. Mas ok, dessa vez não foi. Andei por uma daquelas ruas e transversais e saí na Navegantes. Eu estava distante da Antônio Falcão mas eu entrei num metrô. Ta bom, chega desse blá blá blá que em Recife tão nem metrô, tem trem. Deixa eu te contar um segredo: A gente sabe! A gente chama de metrô mesmo. Então, eu peguei um metrô-trem-avião-sei-la-o-que. Eu encontrei algumas pessoas lá dentro que não lembro muito bem quem são mas fiz amigos. Que engraçado.

Um turbilhão de coisas se passaram. Um mar verde mas extremamente seco. Não era água, nem era nada líquido, porventura. Era só um túnel. Mas o túnel tinha um cheiro diferente. Pó de pirlimpimpim? Eu simplesmente caí. Mas sem dano nenhum. Eu agora estava num lugar imensamente mais frio do que Recife. Era uma estação que parecia Tancredo Neves, só que maior, bem maior. Eu acho que não estava mais na América. Não, era tudo muito clássico. Eu tinha viajado no tempo? Eu devia ter suspeitado que aquilo era um sonho, mas eu deixei minha inconsciência me levar para algum lugar.

Era uma casa singela, simples e confortável. Ela tava la, me esperando no balcão. Olhando com aqueles olhos verdes igual ao turbilhão que eu tive outrora. Eu comecei a chorar, eu estava chorando muito. Eu estava lá, e acima de tudo, eu estava lá com ela.



sexta-feira, 19 de julho de 2013

Espelhos, Espelhos

Dois pontos
Um em cima do outro
Parece um espelho
Parece mesmo

Isso já faz muito tempo
Quase eras
Hiperbolismo mata
Mas isso não

Saudade palavra portuguesa
Essa é nossa
Só tem aqui
Aqui em mim

Abstinência de você
Quanta criatividade
Quanta Carência
Quanta Saudade

domingo, 14 de julho de 2013

Quatro quebrado as quatro por quatro

É esse meu afã:
Explodir pelos ares,
Ir embora.
Acalmar esse mar.

Falta ou Excesso?
Coragem ou Covardia?
Não qual combinação me pertence,
Mas alguma está em mim, eu sei.

É ser tão miserável assim?
É ser tão pobre?
Abrir os olhos, não por causa de um lampejo
Mas por causa de gritos audazes. Vorazes.

Gritos que me fazem tremer.
Querer quebrar tudo.
Mas de nada adiantaria.
Já estou todo quebrado.

sábado, 13 de julho de 2013

Falso Soneto

Essa depressão insurgente
Doida pra sair.
Mas não, não vou deixar
Você vai ficar ai, entendeu? Quietinha.

Paredes brancas.
Queria quatro delas.
E um teto.
E um chão.

Isolamento?
Solução?
Enganação?

Libertamento?
Problema?
Verdade?

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Psicodelia da noite passada

Era noite, mas também era dia.
Havia uma menina chamada Natureza.
Não por metáforas, era esse mesmo.
Ela lia um livro de capa amarela.

Eu corria de uma avião que voava baixo.
Baixinho.
Soltava um líquido.
Me apavorei. Corri. Meu pai que mandou.

A esquina chegou, Natureza tombou.
O buraco na sua frente ela não viu.
Imersa nas letras do tal livro amarelo.
Ela andava de bicicleta. Também.

Um mar de areia tampou Natureza.
Até então, eu não sabia seu nome.
Ela ainda falava. Mesmo de baixo da terra.
Então eu perguntei: "Qual seu nome?"
"Natureza", disse ela, cujo o rosto eu já não via.

Chamei os bombeiros, e sentei do lado dela.
Ela não estava lá, mas estava.
Minha mãe gritou meu nome. Eu corri de novo.
Tomei água e voltei.

Berrei com minha mãe.
Só queria ajudar a pobre garota enterrada.
Ela pareceu não entender. Mas meu pai entendeu.
Eu voltei, mas os bombeiros foram embora.
Eles vieram e voltaram.

Chamei uma ambulância. Eles vieram e tiraram.
Quem saiu de dentro não foi Natureza.
Foi outra mulher. Não é metáfora, era outra mulher mesmo.
Ela me pediu onze reais.

Ai eu desmaiei.
Salvei a vida, gritei com minha mãe e corri de um avião.
Mas onze reais é de mais.
Eu desmaiei mesmo.